Conservar documentos simples, como certidão de nascimento, fotografias antigas e livros, é um grande desafio doméstico. Umidade, cupins, formas de manuseio e locais inadequados são alguns dos impasses. Esse desafio é ainda maior em ambientes como os museus, que guardam fragmentos raros e importantes da nossa história. Nesta quarta-feira (19), terceiro dia de programação da Semana Nacional de Museus, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a oficina online sobre conservação de documentos trouxe algumas dicas e técnicas que podem ser usadas tanto no ambiente doméstico, quanto em espaços museais.
A conservação e a restauração têm um papel fundamental na salvaguarda de informações históricas e na garantia do direito à memória, e esta especialidade técnica ainda é escassa no Estado. A preservação abrange toda metodologia usada para conservar os documentos e as informações dos arquivos físicos. Ela comporta a conservação, que por sua vez pode ser definida como o conjunto de ações que amenizam o processo de degradação e perda de informações importantes presentes nos documentos físicos.
A atividade foi transmitida pelo canal da Secult no YouTube e foi apresentada pelo professor e técnico do Arquivo Público do Estado do Pará (Apep), João Rodrigues Lopes, especialista em conservação e restauro. Por meio de exemplos simples, o convidado ensina como conservar documentos, livros e fotografias. Além disso, o convidado falou sobre técnicas de iluminação de ambientes, tipos de estantes e outras formas de conservação e acondicionamento de diferentes tipos de materiais.
“Falar sobre conservação de acervos é importante. Mas, mais do que falar, o importante é que as pessoas saibam como usar e adequar as técnicas de conservação em seus acervos particulares. A preservação do acervo, em determinado momento, deixa de ser algo exclusivamente institucional relacionado a bibliotecas, museus e arquivos para se tornar útil ao coletivo. Por exemplo, os colecionadores guardam seus volumes e, quando eles precisam se desfazer, esse material é vendido ou cedido para uma instituição e então aquela memória que ele constituiu vai fazer parte de um elemento maior, como museus e acervos. Aí está a importância das pessoas conhecerem e praticarem no dia a dia as técnicas de conservação de acervo e memória”, destaca João.
A programação da Semana Nacional de Museus segue aberta até o dia 21 de maio, com lives sobre memória, comunicação museal, uso das tecnologias nos museus e rap, pixo e grafite, além de oficinas, sendo uma presencial no Museu de Parauapebas sobre “Cuidados básicos com as fotografias” e a conversa virtual “Memória audiovisual: conversa sobre preservação de imagem e som”. Todos os conteúdos estão sendo veiculados pelo canal Secult Pará no YouTube.