Encontro literário no segundo dia da Feira Pan-Amazônica do Livro e das MultivozesA 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes prossegue repleta de exposições, contação de histórias, rodas de conversas e apresentações culturais. Na programação desta quinta-feira (2), Salomão Larêdo, Zélia Amador, Edyr Proença e João de Jesus Paes Loureiro, apresentaram ao público seus trabalhos mais recentes e debateram sobre a importância do incentivo à leitura e ações que fomentem essa prática.
Desde 2019, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) vem tornando o evento literário mais inclusivo, diverso e democrático. O conceito das Multivozes na exposição visa garantir um dia inteiro de programação dedicado a compreender e fomentar a cultura da diversidade, já que a Feira Pan-Amazônica do Livro se configura como um espaço de construção de identidades.
O primeiro bate-papo teve como participantes a professora universitária Zélia Amador de Deus, militante do movimento negro e artista, e o jornalista, advogado, contista, poeta e romancista Salomão Larêdo. O segundo encontro reuniu o escritor e jornalista Edyr Proença, e o escritor, poeta e professor universitário João de Jesus Paes Loureiro. A mediação coube a Francisco Neto e Paulo Maués, respectivamente.
Zélia Amador de Deus abordou a coletânea sobre cultura e identidade negraZélia Amador falou sobre os contos amazônicos que reflete em suas obras literárias. Ela disse que seu novo livro inaugura uma coletânea que aborda a cultura e a identidade negra, a qual descreve de maneira minuciosa as políticas afirmativas e o racismo. O exemplar já estava pronto há bastante tempo, mas devido à pandemia de Covid-19 não foi lançado.
Negritude - O novo livro da escritora é “Caminhos Trilhados na Luta Antirracista”. O conjunto de textos reunidos nesta nova obra mostra a trajetória percorrida por Zélia Amador, incluindo sua participação na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correta, ocorrida em Durban, na África do Sul - que deu origem à Declaração e ao Programa de Ação de Durban -, até as recentes discussões que a escritora promove sobre diversos assuntos referentes à negritude, considerando os contextos e as mudanças políticas.
Salomão Larêdo lançou quatro obrasSalomão Larêdo lançou quatro obras literárias do gênero romance: Olho de Boto; Antônia Cudefacho; Cabaré dos Bandidos e Pedral Canal do Inferno. Este último é um romance ficcional que surgiu de uma das muitas leituras que o escritor fez sobre o livro do engenheiro cametaense Ignácio Baptista de Moura (1857-1929), denominado “De Belém a S. João do Araguaia - Vale do Rio Tocantins”, publicado em 1910, e reeditado em 1989 pela Fundação Cultural do Pará (FCP e Secretaria de Estado de Cultura (Secult), como o livro 4 da coleção ''Lendo o Pará”.
Há quase 30 anos Salomão Larêdo dedica-se à promoção da leitura, empenhado em formar leitores com consciência social, crítica e política. Ele destacou que “esta é uma grande oportunidade que a Feira Pan-Amazônica nos dá, para poder estar aqui e autografar a mais nova obra ‘Pedral Canal do Inferno’, a qual estou lançando aqui. Fico muito contente e feliz com a oportunidade, e a exposição abre a chance para nós trazermos outras obras literárias para o público leitor”.
Edyr Augusto Proença falou sobre atividades durante a pandemia'Raiar do dia' - Para o jornalista Edyr Proença, “o retorno das atividades é de suma importância, não somente por tudo que nós passamos. Uma noite que se abateu sobre a cultura paraense, e este evento representa o raiar do dia. Eu e um grupo de escritores estamos retornando com nossas atividades presenciais, mas é importante destacar que durante a pandemia nós montamos uma exposição para vender produtos originários da cultura paraense, o qual teve excelentes resultados, e novamente temos a oportunidade de expor nossos trabalhos”.
Ainda no segundo encontro literário, o escritor João de Jesus Paes Loureiro contou que, no auge da pandemia de Covid-19, escreveu um novo poema retratando as angústias e notícias veiculadas nos meios de comunicação. A nova obra foi intitulada “Poema de amor e de ódio”, sendo recitada ao público presente na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.
João de Jesus Paes Loureiro apresentou um novo poema
Alguns exemplares de obras dos quatro escritores estão disponíveis para venda em diversos estandes da Feira do Livro.
Atração musical - Para fechar a programação do 2º dia do evento literário, o cantor paraense Nilson Chaves apresentou algumas canções de seu vasto repertório na Arena Multivozes, na área externa da Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho), onde a Feira do Livro é realizada.
O público aprovou a apresentação do artista, um dos compositores e cantores paraenses mais reconhecidos no mercado internacional.
Texto: Vinícius Leal - Ascom/Seduc