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Leandrinha Du Art e dança em cadeira de rodas marcam Dia Mundial da Pessoa com Deficiência na Feira do Livro

Por Thaís Siqueira (SECULT)
04/12/2021 11h37 - Atualizada em em 05/12/2021 10h49

Leandrinha Du Art trouxe um debate importante sobre inclusão para a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das MultivozesNesta sexta-feira (3), Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes teve um inesquecível Encontro Literário com a escritora e midiativista Leandrinha Du Art. A jovem mulher trans de 26 anos nasceu com Síndrome de Larsen, uma condição rara que atrapalha o desenvolvimento de seus ossos. Hoje, é uma referência nos debates sobre gênero e sexualidade PcD no Brasil e no mundo.

Leandrinha Du Art nasceu com Síndrome de Larsen e hoje é referência nos debates sobre gênero e sexualidade PcDEla trouxe para a Feira do Livro uma rica discussão sobre como as pessoas, de maneira geral, podem ser mais sensíveis a pautas às quais não pertencem. Para Leandrinha, é preciso fortalecer a coletivização dessas conversas.

“Acho que a pauta de pessoas com deficiência ‘tá dada’, é evidente a ascensão delas. O protagonismo das PcDs nas redes sociais é um exemplo forte. Não há problema em levar o incômodo dessa pauta pra todo mundo, pois assim atualizamos e aprofundamos o debate, promovendo para pessoas sem deficiência uma visão clara de que essa luta também é delas”, frisou Leandrinha. 

O bate-papo foi mediado pelo ator e jornalista Leandro Oliveira, que é especializado em cultura e atua há mais de 10 anos em Belém com assessoria de grupos de teatro e dança, inclusive integrando a Liga do Teatro. Leandro é PcD e também utiliza suas redes sociais como plataforma de compartilhamento de conteúdo, propondo discussões sobre capacitismo no seu dia a dia.

Jornalista Leandro Oliveira também é PcD e conduziu o Encontro Literário com Leandrinha Du ArtO jornalista comentou sobre a importância do debate. “É de extrema importância trazer pra Feira uma pessoa como a Leandrinha, referência já há 9 anos nessa luta. Colocar isso em pauta de forma honesta, positiva e importante. É fundamental ter essa programação, me deixa muito feliz a importância que o Governo do Estado tem dado às pessoas com deficiência e o avanço das nossas pautas. Entendo que, quando a gente faz esse exercício de pensar na existência e nas lutas do outro, ninguém retrocede. Quando as lutas das pessoas com deficiência avançam, nenhuma PcD vai retroceder. Não é difícil começar a pensar uma sociedade com acessibilidade múltipla. Não é só sobre rampas ou discrição, mas sim sobre os nossos direitos”, destacou Leandro Oliveira. 

O encontro promoveu discussões sobre transfobia e capacitismo sob os olhos do público, que acompanhou a roda de conversa com muita atenção. Apresentação de dança da Companhia Nosso Jeito emocionou o público presente no Mangueirinho nesta sexta (03)

Dança em cadeira de rodas - Ainda na noite de sexta, o evento literário emocionou com uma belíssima apresentação de dança em cadeira de rodas performada pela Companhia Nosso Jeito. 

Fundamentada na diversidade, acessibilidade e inclusão, a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes propõe reflexões e diálogos sobre cultura e diversidade. Isso acontece através de contação de histórias, peças teatrais, encontros literários e apresentações musicais. 

Público prestigiou e aplaudiu muito a apresentação de dança em cadeira de rodas, provando mais uma vez que arte arte é para todosE no dia em que se celebra o Dia Mundial da Pessoa com Deficiência, a programação de dança em cadeira de rodas foi uma oportunidade para o público conhecer a modalidade e suas diversas possibilidades. Adriano Silva, bailarino e atleta profissional da companhia, conta como a dança transformou sua vida. 

“A dança e a música mudaram tudo, fizeram eu reviver novamente. Depois que me entendi usuário de cadeira de rodas, pensei que a minha vida tinha terminado. Mas não. Era só o começo de uma nova vida. Depois que entrei pra companhia “Nosso Jeito”, tudo mudou. Através da dança, pude conhecer novos países, novos estados e graças a Deus sinto que a dança está me impulsionando cada vez mais pra frente, mostrando que sou capaz e posso enfrentar meus limites, quebrar minhas barreiras”, contou Adriano.Orquestra de Violoncelistas da Amazônia (OVA) encerrou o dia com apresentação na área externa da Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho)

A apresentação de dança foi prestigiada por Leadrinha Du Art e pelo público, que aplaudiu muito o espetáculo. Ainda em clima musical, o encerramento do 3° dia de programação contou com uma apresentação da Orquestra de Violoncelistas da Amazônia (OVA) na era externa da Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho).

Serviço:

A 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes ocorre até domingo (05), de 9h às 21h, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho.  

Texto: Lilian Guedes