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Montagem paraense da ópera 'Il Tabarro', de Giacomo Puccini, abre o 24° Festival Amazonas de Ópera

Por Thaís Siqueira (SECULT)
28/04/2022 17h09 - Atualizada em em 05/05/2022 15h56

Nesta sexta-feira (29), a montagem paraense da ópera “Il Tabarro”, de Giacomo Puccini, abre a 24ª edição do Festival Amazonas de Ópera (FAO), no palco do Teatro Amazonas, em Manaus. O espetáculo integra a programação do 24º FAO, realizada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC). 
A versão paraense de Il Tabarro é a primeira do Il Trittico” (O Tríptico), de Giacomo Puccini, coleção que também é composta por “Suor Angelica” e “Gianni Schicchi”, ambas já montadas em edições anteriores do Festival de Ópera do Theatro da Paz.

A apresentação de Il Tabarro dá início ao termo de cooperação técnica denominado Corredor Lírico Cultural, firmado em março deste ano entre a Secretaria de Cultura do Amazonas e o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do Pará e como parte da parceria entre os dois Estados, o Festival de Ópera do Theatro da Paz já concedeu 10 bolsas de capacitação para alunos provenientes do Amazonas, cinco para cantores e outras cinco para técnicos. 

Para Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz, o evento consolida a política pública de geração de emprego e renda, cultura e formação de plateia com um dos mais icônicos festivais do País. “A importância desse termo de cooperação técnica é potencializar a produção operística dos dois Festivais mais antigos do país e possibilitar a coprodução que além de baratear, beneficia ambos os partícipes do convênio, pois torna possível a circulação da produção e abre portas para que se possa trazer mais títulos juntando a expertise de ambos os teatros”, afirmou Daniel Araújo.

O secretário de Estado de Cultura do Pará, Bruno Chagas, acredita que a consolidação do Corredor Lírico do Norte fortalece o movimento operístico como atividade cultural relevante na geração de emprego e renda e na otimização dos investimentos públicos. “Essa parceria representa mais um passo importante para o Governo do Pará, visando a implementação de políticas públicas voltadas para a cultura e o fomento da cadeia de ópera na região amazônica. E nada melhor do que celebrar essa iniciativa com uma ópera tão significativa do próprio Festival de Ópera do Theatro da Paz”, pontuou.

A ópera
Il Tabarro significa “O Capote”, uma espécie de capa que o personagem “Michele”, dono do barco, usa e que acaba sendo o clímax da ópera porque algo vai acontecer dentro desse capote. A récita se passa na virada do século XX, em meados de 1900, e é uma história ambientada no cais, em um porto com estivadores. Il Tabarro é uma obra do período do Romantismo que tem como pano de fundo a Paris antiga.

A montagem paraense do drama de Puccini chega aos palcos do Theatro Amazonas com direção cênica e concepção do espetáculo de Jena Vieira. “Apesar de ter optado em fazer a história se passar na ambientação da ópera, que é Paris do começo do século vinte, houve com toda a certeza muita influência da nossa paisagem amazônida. Belém é uma cidade de portos e de mercados fluviais, o que serviu de um grande laboratório para a ambientação e criação dos personagens, ao poder observar a movimentação dos pescadores e dos carregadores e estivadores no final do expediente; a pobreza e o cansaço estampados em seus rostos; assim como as suas diversões em meio a essas adversidades” e concluiu.

“A ópera é o único gênero artístico que reúne todas as artes. Quando a pessoa vai assistir a uma ópera ela vai percebendo a junção de elementos que criam todo o drama. A trama vai se desenvolvendo e o público vai acompanhando, sem sentir mudanças bruscas, até o ápice da tragédia que é o ‘grand finale’ da ópera”, detalha a diretora de artes cênicas do espetáculo, Jena Vieira.

Já de acordo com Nandressa Nuñes, diretora de produção do Festival de Ópera do Theatro da Paz, é a primeira vez que o drama de Puccini chega aos palcos do Teatro Amazonas com direção musical do maestro Marcelo de Jesus, figurino de Fernando Leite, cenografia de Carlos Dalarmelino Jr. montado pela cenógrafa do FAO, Giorgia Massetani, junto aos cenotécnicos e diretores de palco e a iluminação de Fábio Retti.  “Estamos muito felizes e emocionados em ver uma ópera feita em 2019 pelo Festival de Ópera do Theatro da Paz, abrir a 24ª edição do Festival Amazonas de Ópera e efetivar de fato essa sólida parceria do Corredor Lírico do Norte”, declara Nandressa.

Texto: Úrsula Pereira (Ascom do Theatro da Paz)