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Usina da Paz Cabanagem recebe dois dias de oficina de contação de história

Ação será na sala de dança com a entrada livre para todos, numa realização da Secretaria de Cultura (Secult), neste sábado (14) e no domingo (15)
Por Thaís Siqueira (SECULT)
12/05/2022 13h11 - Atualizada em em 17/05/2022 13h14

A narração é uma competência que estimula a oratória e aproxima o público da realidade em que vive, auxiliando na construção do imaginário e na valorização das raízes culturais. No próximo sábado (14) e no domingo (15), a Usina da Paz (UsiPaz) da Cabanagem receberá uma oficina de contação de histórias ministrada pela professora e doutora Monique Boutteville, do Grupo 4 Pontas. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em parceria com a produção do espetáculo “Os Encantados do Sossego”. A ação será realizada na sala de dança com a a entrada livre para todos.

A atividade visa a beneficiar artistas e não-artistas que têm interesse em aperfeiçoar a técnica da oratória, utilizando da contação marajoara e da subjetividade de cada participante que já se deparou com acontecimentos extraordinários na vida. No dia 14 a programação acontece das 15h até 18h, já no dia 15 o horário será das 10h às 13h.

A oficina proporcionará aos participantes o conhecimento das práticas de narrativas a partir das mitologias amazônicas, estabelecendo memórias pessoais e coletivas com o cotidiano e o fantástico, destaca Monique Boutteville, professora e diretora do Espetáculo “Os Encantados do Sossego”. 

“Quem nunca se deparou com acontecimentos extraordinários em seu cotidiano? Indo de um Déjà Vu até experiências mais concretas de encantarias. Abordar esses temas e trazê-los à consciência cria também uma identificação com a prática amazônica”, pontua Monique.

A oficina será dividirá em dois momentos, sendo o primeiro magistral – no qual a palestrante abordará sobre os personagens da mitologia amazônica – e em seguida a ocasião permitirá com que os participantes compartilhem experiências pessoais. Para a professora Monique, o ato de contação da própria história é uma experiência de pertencimento regional. “Construir esse imaginário com a população é de suma importância para a memória coletiva e para o reconhecimento dessas narrativas nos cotidianos amazônicos”.

Contar histórias é uma ferramenta eficaz que induz à educação e à alfabetização, afirma Adriano Barroso, diretor de Teatro da Secult. “Promover a oficina é amarrar essas pontas e trazer de volta o hábito da oralidade. Trouxemos um grupo com bastante experiência no assunto para dar suporte a novos multiplicadores”, finaliza. 

A metodologia que será utilizada na oficina tem sido desenvolvida pela professora Monique Boutteville desde 2014, realizada em disciplinas ministradas no curso de teatro da Universidade Paris 8 e em oficinas no Brasil e na Europa. Na prática, os ensinamentos têm como base a contação de histórias com exemplos coletados durante a observação participativa de contadores no Marajó.

*Texto por Quezia Dias / Ascom Secult