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Secretaria de Cultura abre Estação 3 do Preamar do Círio no Museu do Círio

A exposição apresenta o primeiro milagre atribuído a Virgem de Nazaré e a força da devoção anterior ao próprio Círio
Por Josie Soeiro (SECULT)
06/10/2022 14h21 - Atualizada em em 06/10/2022 15h30

O nobre foi salvo da queda de um penhasco após ver a imagem de Nossa Senhora de Nazaré

Dando continuidade à série de atividades do Preamar do Círio, foi aberta nesta quinta-feira, 6, a Estação 3 com a exposição “O Nobre, o Penhasco e a Virgem de Nazaré”, no Museu do Círio. A ação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), é gratuita e seguirá aberta até dezembro, no espaço. 

A mostra traz peças como quadros, imagens e painéis que fazem referência sobre um dos primeiros milagres atribuídos a Virgem de Nazaré, em Portugal, e que foram posteriormente inseridos no Círio de Nazaré, em Belém, por meio das fortes relações luso-paraenses.

Um dos cartazes mais antigos do Círio de Nazaré retrata o milagre

Segundo a lenda, o milagre de Dom Fuás ocorreu quando o nobre, prestes a cair de um precipício, viu a Virgem de Nazaré no Céu, e imediatamente o cavalo do nobre estancou, salvando-o da morte. O milagre é um dos mais divulgados e está presente em diversos cartazes do Círio, medalhas e objetos de época.

“Aqui reunimos elementos para mostrar como temos uma perspectiva diversa do que é o Círio. A intenção aqui é fazer a gente se encontrar em Portugal, mas também perceber o trânsito, mudanças e adaptações que Amazônia vai impor nessa devoção pela virgem de Nazaré. Trazemos a própria história do achado da Imagem por Dom Fuás Pinho, representada por uma peça cedida pelo Museu de Arte Sacra, vamos resgatar a presença do milagre no cartaz mais antigo do Círio, de 1878, que traz em um dos seus medalhões, a imagem do milagre, muito conhecido e referido nos primeiros Círios”, completa Anselmo.

Peça do acervo do professor Aldrin Figueiredo do século XIXA mostra, instalada no salão multimídia do Museu do Círio, conta com peças de azulejaria e da coleção Motoki do MEP, além de peças do século XIX que fazem parte da coleção do professor e historiador da UFPA, Aldrin Figueredo. Estas peças serão expostas pela primeira vez.

Também será possível conferir o manto do Círio de Nazaré mais antigo que se tem registro, de 1793, produzido pela mestra Alexandra. Em lados opostos da sala é possível ver a diferença de traços das imagens da Virgem de Nazaré de Portugal e da Virgem de Nazaré da Amazônia. Os painéis laterais da sala apresentam fotos e relatos com particularidades da devoção em Portugal e no Pará.

As particularidades e semelhanças entre a devoção lusitana e a paraense chamaram a atenção das turistas de Maceió, Ana Paula Farias e Gabriela Farias. “Não fazíamos ideia que essa devoção tinha começado muito antes do Círio. A força do Círio pode até deixar passar despercebido, por isso é muito interessante conhecer. Aqui encontramos muitos detalhes da festa que não conhecíamos como esse milagre, essa tradição que veio de Portugal. Estamos achando lindo e interessante começar a conhecer Belém por aqui”, ressalta Gabriela.