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Pará vai ganhar Museu da Consciência Negra

Entrega do novo equipamento pelo governo do Estado está prevista para 20 de novembro de 2023, na capital paraense
Por Josie Soeiro (SECULT)
04/11/2022 12h28 - Atualizada em em 16/11/2022 15h23

Na manhã desta quinta-feira (3), o governador, Helder Barbalho, assinou a ordem de serviço que autoriza o início das obras para a construção do Museu da Consciência Negra, em Belém. Na ocasião, o chefe do Executivo garantiu que a entrega do equipamento está agendada para 20 de novembro de 2023. O ato de assinatura ocorreu na Igreja de Santo Alexandre, no Museu de Arte Sacra, durante a abertura da programação do Preamar da Consciência Negra.

Participaram da solenidade representantes do movimento negro no Pará, como Instituto Nangetu, Centro de Estudos e Defesa no Pará, o Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas e outras autoridades. Na ocasião houve a apresentação animada da Banda Kanda, da Associação de Discentes Quilombolas da Universidade Federal do Pará (UFPA).

"Para nós, povos tradicionais, que é o povo de terreiro, é de uma grande importância. É a valorização da cultura. O governo do Estado do Pará tem valorizado essa cultura. Quando ele olhar para os terreiros, para o povo negro, isso é muito importante para nós. Principalmente, nesse momento em que a gente está vivendo. Eu agradeço ao governo do Pará. Esse olhar civilizatório é quando ele vê que todos nós somos iguais”, destacou Mametu Nangetu.

“Eu acho que o evento hoje valoriza a sociedade paraense, valoriza a sociedade brasileira, é um evento importantíssimo e o Pará, o Brasil precisa ter consciência da sua negritude. A criação do Museu da Consciência Negra nos ajuda, porque não só as pessoas negras são responsáveis pela construção de uma sociedade justa. Esta responsabilidade ela é de todos e todas, temos que estar em luta sempre para fazer com que essa sociedade seja justa, democrática e nenhum grupo que exista nela tenha por princípio, perda de direitos”, destacou a professora Zélia Amador de Deus.

“O Museu da Consciência Negra representa a consolidação do reconhecimento, de história, e de luta das conquistas que negras e negros deste Estado proporcionam ao Pará, e que possamos cada vez mais assegurar políticas de igualdade, de inclusão, de respeito, de reconhecimento e o Governo do Pará se compromete com estas ações que vão além da estrutura física de um museu, mas acima de tudo de garantir de maneira transversal políticas públicas que permitam e assegurem direitos a negras e negros paraenses", afirmou o governador.

Ele acrescentou que "todas as ações fundamentais para que nós possamos caminhar no enfrentamento ao preconceito, para que nós possamos reafirmar a história de um país com o seu início, com a sua construção a partir da luta de negras e negros. E o Pará, que tem uma comunidade quilombola, uma comunidade negra extremamente importante. Tem que se posicionar e se reafirmar como um ambiente de respeito e de igualdade racial”, assinalou Helder Barbalho.

O secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, destacou tratar-se de "um momento muito relevante, é fundamental realizarmos essa celebração, que está alinhada a um patrimônio imaterial relacionado ao mês da consciência negra. Este museu é a materialização física de toda essa celebração".

"O Museu da Consciência Negra passará a contar com as expressões culturais que fazem parte do alicerce da formação cultural do nosso Estado. É muito importante a valorização do reconhecimento da do da contribuição cultural e da participação que nós temos desde do seio e da expressão artística e cultural do Estado do Pará”, afirmou o titular da Secult.

Museu da Consciência Negra
De acordo com a Secult, o projeto contempla um auditório para 50 lugares, um salão de exposições no térreo, um bloco de banheiros em cada andar, uma área para biblioteca e acervo. Atrás ficará uma área para eventos externos, com jardim, arquibancada e área ao ar livre.

“O prédio é o da antiga sede da Academia Paraense de Letras, que fica na rua Treze de Maio, ela vai recepcionar e parte dela nós vamos ter condições de fazer um restauro e a outra parte serão intervenções novas.  Nós teremos que realizar não somente o restauro, mas também nós vamos construir novos espaços para abrigar o acervo e as atividades a cultura negra. É importante destacar que o Governo do Estado vem trabalhando e atuando constantemente para fazer uma integração crescente e em várias frentes, não somente na cultura patrimonial, mas na cultura imaterial”, completou Bruno Chagas.