As atividades do Preamar da Consciência Negra continuam em diversos equipamentos culturais. No dia 9 de novembro, iniciou a série de exibições de filmes e documentários sobre a temática, no auditório Eneida de Moraes, no Palacete Faciola. A ação chamada de “Patrimônio Vivo - Negros e Mulheres no Audiovisual Amazônico” é uma iniciativa do Museu da Imagem e do Som (MIS) e abriu com o filme “O Negro no Pará”, debatido pelo diretor do filme, o cineasta Afonso Gallindo. O Preamar da Consciência Negra é um projeto realizado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
O documentário de 2005, baseado na obra de Vicente Salles “O Negro no Pará” traz depoimentos de remanescentes do quilombo de Petimandeua, no Pará, de pesquisadores, artistas e integrantes do movimento negro no Brasil, em busca do percurso dessa investigação histórica da presença negra na Amazônia.
Sobre a contribuição do audiovisual para o fortalecimento da consciência negra, o diretor do filme destaca que “O audiovisual, quanto suporte, já teve possibilidades perspectivas maravilhosas. Aqui ele foi utilizado como recorte específico para esse processo de pesquisa do livro do Vicente, então ele também tem um processo de reconhecimento da importância desta brochura. Mas isso poderia ser invertido. Dentro do próprio IAP, existe na programação da casa outros documentários, como o "Terra de Negro", materiais que foram feitos com comunidades quilombolas ou comunidades que se organizavam para pleitear o reconhecimento da sua comunidade como quilombola. É um tempo que e um tema que nós paraenses precisamos avançar e reconhecer realmente a amplitude e a importância desse tema para nosso dia a dia”, destaca Galindo.
A diretora do MIS, Tainah Jorge, destaca a importância das exibições e pede que o público se aproprie do projeto. “Estas projeções comentadas são uma comunicação do acervo do MIS, nós não somos uma sala de cinema. Nós somos um espaço museológico que tem no seu acervo materiais como filmes e músicas, que vem desde a película, do rádio até os dias de hoje. Então, a gente faz essas exibições para que a gente comunique o que a gente tem como parte do nosso acervo e que as pessoas possam conhecer a história e a do audiovisual, da imagem e do som do Pará. A história desse processo, a vivência dessa memória, o que é esse patrimônio imagético. Então que as pessoas, como um todo, que as escolas, que as universidades, que os pesquisadores possam se apropriar desse momento de exibição”.
O projeto Patrimônio Vivo - Negros e Mulheres no Audiovisual Amazônico é uma iniciativa do Museu da Imagem e do Som (MIS) com exibições gratuitas todas as quartas-feiras, às 9h, no auditório Eneida de Moraes, no Palacete Faciola (Av. Nazaré). Confira a programação do mês:
Dia 23
“Marias da Castanha”, de Edna Castro.
Sinopse: O documentário traz o dia a dia das operárias das empresas de beneficiamento e exportação de castanha-do-pará, e todo o processo de produção do fruto pelas operárias.
Dia 30
“Mulheres de Mamirauá”, de Jorane Castro.
Sinopse: documentário que descreve a importante função da mulher na sociedade do ecossistema de várzea. O filme revela, ainda, uma visão original sobre Mamirauá, um dos lugares mais preservados da Amazônia, onde se respeita e se aprende com a natureza.