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Estação Cultural de Icoaraci recebeu três dias de programação do Festival de Cinema Negro

Com entrada gratuita, a mostra cinéfila finalizou dia 13 de novembro, em Icoaraci
Por Quezia Dias (SECULT)
16/11/2022 15h19

Com abertura na última sexta-feira (11), o III Festival do Cinema Negro Zélia Amador de Deus prossegue neste fim de semana, na Estação Cultural de Icoaraci, com entrada gratuita. A programação cinéfila finalizou dia 13 de novembro, a partir das 17h. A iniciativa é do Cine Diáspora, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Preamar da Consciência Negra.

A produção de filmes que valorizam a cultura afro-amazônica revela a contribuição de negros e negras para o desenvolvimento sociocultural na região amazônica. Para impulsionar o público a conhecer o cinema negro, o III Festival Zélia Amador de Deus realizou ontem a primeira sessão de filmes e segue até domingo. Ao todo, três sessões serão exibidas com obras que retratam a vida na Amazônia.

A sessão de sexta-feira trouxe o tema “A força da idade”, que apresentou as obras “Zunzunzum”, produzida por Lu Peixe e Maré Cheia; “Marambire”, de André dos Santos; “A história que fica”, de Gyselle Kolwask; e “Chorar”, de Juliana Sagóvia. A exibição dos filmes iniciou às 17h e segue no mesmo horário nos próximos dias.

A estudante Aline dos Santos visitou a programação de hoje e achou muito interessante, pois aprofunda o conhecimento das pessoas sobre o tema do negro no Brasil. "O nosso Brasil é composto de pessoas negras e não conhecemos muito dessa cultura, e eu queria muito conhecer mais", diz.

O audiovisual é uma ferramenta muito importante para a salvaguarda da cultura negra, afirma André dos Santos, quilombola paraense e diretor do filme "Marambiré". A obra, lançada em 2017, contempla os cantos e danças da comunidade do quilombo Pacoval, tradicional cango-angolana.

"Esse tipo de produção é importante pela salvaguarda [porque] a maioria das manifestações culturais, sejam elas quilombolas, estão na oralidade. Muitos dos mestres da cultura popular estão morrendo e levando consigo uma cultura muito grande, sem que ela seja transmitida. O audiovisual é importante [para que] a cultura negra seja retratada por negros e seja vista pelo maior número de pessoas", explicou.

Durante a programação, também foi realizada a feira de artesanato da Associação dos Artesãos Natos da Ilha de Caratateua (Aanic), que trouxe oito estandes com diversos produtos artesanais, como peças de crochê, cadernos com papel reciclável, decorações e venda de comidas. A feira vai comercializar os produtos durante os três dias de ação.

Presidente e artesã da Aanic, Selma Rocha conta que participar desta programação é uma forma de divulgar o trabalho de todas que integram a associação. "Queremos justamente essa oportunidade para mostrar nosso trabalho, porque tem muito trabalho bonito, com madeira, EVA, com papel, jornal, arte de crochê, tudo que imaginar. Agora é aproveitar e mostrar nosso trabalho", celebrou Selma.

Programação - O festival de cinema continuou no último sábado (12) com a sessão “Zélia Amador de Deus”, alusiva ao movimento negro, e traz as produções visuais:  “Confluências”, de Avelino Regicida; e “O Abebé Ancestral”, de Paulo Ferreira. 

Já no domingo (13), a última sessão apresentou a temática de “Narrativas imaginárias”, e exibirá: “#Fetiço”, de Rosilene Cordeiro; “Patua”, por Renaya Dorea; “Para as gerações que vieram antes de mim”, de Filipe Bretas Lucas; “Café com Rebu”, de Danny Barbosa; e “Na hora certa, no tempo certo”, de Diego Freitas.