Nesta quarta-feira (09), teve início a XXII edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz, com uma abertura especial comandada pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e do coro infantil da Fundação Amazônica de Música (FAM). Durante a programação, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) certificaram simbolicamente 10 custodiados e custodiadas que participaram do 2º ciclo do projeto “Sons de Liberdade”.
Secretária de Cultura Ursula Vidal“A cada ano, o Festival de Ópera vem se solidificando como uma importante ferramenta de acesso à cidadania cultural e de transformação, pois alcança diferentes frentes pela dimensão da sua estrutura de produção e ainda alcança impactos de grande escala. Preparamos um festival eclético, com obras clássicas e contemporâneas para todos os públicos em um formato de temporada, possibilitando o maior acesso possível durante todo o ano com entrada gratuita e preços acessíveis”, detalhou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
O evento culmina com o início do projeto “Sons de Liberdade” em 2023, com um novo cronograma e novas modalidades. Criado para capacitar as pessoas privadas de liberdade para futura reinserção no mercado de trabalho, por meio da cadeia produtiva da ópera, o projeto realizou, em 2022, cursos de capacitação nas áreas de Visagismo e Produção de Figurinos/Moda.
As internas do Centro de Reeducação Feminino confeccionaram brindes para os jornalistas da imprensa e uma sacola personalizada com a temática do Festival de Ópera que acompanha um bloco de notas e uma caneta.
Para Edineuza Pereira, uma das participantes do projeto que fez o curso de figurino, foi uma experiência única. “Uma coisa que eu vou levar para sempre na minha vida. A parte mais emocionante foi quando a gente viu os figurinos prontos para o teatro, no palco. Tudo foi muito legal, desde o corte e costura, vendo todo mundo trabalhar unido, cada uma fazendo um pouquinho de cada coisa. Depois, quando estivermos na nossa casa, estaremos vendo o certificado e lembrando o que aprendemos. Isso com certeza vai ajudar na nossa vida lá fora”, disse.
Ressocialização - Na avaliação do secretário da Seap Marco Antonio Sirotheau Corrêa Rodrigues, Cel QOPM, o projeto é um ciclo completo de reinserção e oportuniza aos homens, mulheres e as pessoas LGBTQIAP+ um contato próximo com a cultura e o mundo da ópera.
“O projeto é completo porque as atividades iniciam com a educação, os internos aprendem um trabalho relacionado à cultura através da profissionalização e ao sair do cárcere ele ou ela é contratado para trabalhar naquela área. Então é um trabalho que começa dentro da unidade prisional, mas que termina aqui fora com a oportunidade de trabalho para essas pessoas", afirma o titular da Seap.
Neste 2º ciclo, as custodiadas da Cooperativa Social de Trabalho Arte Empreendedora (Coostafe), do Centro de Reeducação Feminino (CRF), e as pessoas LGBTQIAP+ que estão no Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC) participaram, respectivamente, das oficinas de produção de figurinos e visagismo.
Programação - A primeira ópera acontece nos dias 23 e 24 de maio e será o "Auto da Compadecida, a Ópera", uma ópera bufa brasileira em dois atos. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular da Orquestra e responsável pela concepção e direção musical do espetáculo. A obra é baseada na peça de mesmo nome de Ariano Suassuna, com texto foi adaptado pelo próprio Rescala, ao lado do maestro Rodrigo Toffollo, diretor artístico e regente titular da Orquestra Ouro Preto.
Texto em colaboração Yasmim Almeida (SEAP)