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"Auto da Compadecida, a Ópera" se destaca na programação do XXII Festival de Ópera

Obra de Ariano Suassuna ganha novo formato com ópera buffa. Montagem será apresentada nos próximos dias 23 e 24 de maio, às 20h30, no Theatro da Paz.
Por Juliana Amaral (ASCOM)
18/05/2023 13h34

Uma das mais emblemáticas obras de Ariano Suassuna recebe uma versão a ser apresentada em Belém, no XXII Festival de Ópera do Theatro da Paz. O “Auto da Compadecida, a Ópera” reúne em palco uma constelação de profissionais da música para apresentar “uma ópera buffa brasileira em dois atos”. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular da Orquestra Ouro Preto e responsável pela concepção e direção musical do espetáculo. A montagem será apresentada nos próximos dias 23 e 24 de maio, às 20h30, no Theatro da Paz.
 
“Auto da Compadecida” é de 1955 e criou figuras que se tornaram marcantes na história do teatro brasileiro: João Grilo e Chicó, duas almas sábias a jogar com as desvirtudes dos demais personagens; o padeiro e sua mulher, avaros, ciosos, de um frágil status social; o Padre e o Bispo, interesseiros, racistas, desonestos; e o cangaceiro Severino. Todos, com exceção de Chicó, acabam mortos – são julgados por Jesus e o Encourado e defendidos por Nossa Senhora.
 
A montagem - O diálogo direto com o público está garantido nessa ópera que traz a comédia como elemento principal de sua linguagem. Para cumprir essa missão, formou-se um grande elenco em cena e nos bastidores da montagem. No palco, grandes nomes do canto lírico brasileiro: Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano. Além de uma trupe de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira, como Glicério do Rosário, Léo Quintão, Claudio Dias, Marcelo Veronez e Maurício Tizumba. A direção de cena é assinada por Chico Pelúcio.

O espetáculo conta com figurinos desenhados por Manuel Dantas Suassuna, artista plástico de renome e filho do escritor. Essa parceria traz ainda um enorme enraizamento à montagem, agregando o olhar e a criação de quem nasceu, viveu, conhece e reconhece este universo como poucos.
 
A ideia de trabalhar o texto, escrito por Suassuna, surgiu do desejo do maestro Rodrigo Toffolo de ver em cena uma ópera bufa brasileira capaz de fazer rir e emocionar. “As grandes óperas brasileiras geralmente são cantadas em italiano, então, existia essa nossa vontade de ter uma ópera na nossa língua materna”, e continua. “A partir daí, a gente foi buscar na literatura o que seria esse texto e o encontro com o ‘Auto da Compadecida’ foi quase que imediato. É uma obra-prima da dramaturgia brasileira, extremamente teatral e operística”, acrescenta.
 
No entanto, avançar com este projeto significou adaptar um clássico da dramaturgia já consolidado no imaginário popular brasileiro, o que é em si um desafio que impõe riscos. Nesse sentido, Tim Rescala diz que “é preciso sempre respeitar a espinha dorsal da obra original”.

O compositor revelou que, para alcançar o resultado desejado, a ideia foi criar uma obra derivada, “digamos assim, uma nova obra, porque a linguagem é completamente diferente. E nesse caso, trata-se de cantar uma história, não simplesmente de contá-la, e sobretudo num ritmo diferente que é o ritmo musical. Quando se canta uma cena, ela tem uma duração e um ritmo interno totalmente diferentes de um texto falado. Então o desafio inicial é esse e, evidentemente, o outro é criar uma coisa nova, mas ao mesmo tempo respeitando a espinha dorsal. E eu acho que a gente conseguiu isso com o Auto da Compadecida”, avalia o arranjador.
 
Ao encontro da excelência que conduziu Toffolo e Rescala a uma grande ópera foi também a visão do diretor de arte Luiz Abreu, que se viu diante de novos desafios, mesmo após tantos anos trabalhando com grandes espetáculos. “Uma ópera é concebida como uma ‘arte completa’. Em palco, a justaposição de figurinos, cenários, dramaturgia, iluminação, engenharia de som e outros tantos itens devem elevar a música à quintessência. E essa composição, para ser feita com excelência, exige um alto nível de dedicação e atenção”, conta Abreu, que também é diretor de marca da Ouro Preto.

De acordo com Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz, o Festival deste ano vai seguir em duas direções. “Uma direção é confirmar nossas relações com orquestras e teatros já parceiros, como o Teatro Amazonas, por meio do Corredor Lírico do Norte, e com Minas Gerais, por meio da Orquestra de Ouro Preto. A outra direção é a inclusão de óperas contemporâneas no repertório: ‘O Menino Maluquinho’, do Amazonas e ‘O Auto da Compadecida’, produzida por Minas Gerais”, explicou o diretor.

Ingressos:

Os ingressos já estão à venda na bilheteria e no ticket fácil 

Plateia, varanda e frisas: R$70 • Inteira | R$35 • Meia
Camarotes de primeira e segunda ordem: R$50 • Inteira | R$25 • Meia
Proscênio PCD (meia-entrada): R$25 • 1 Par

Galeria: R$40 • Inteira | R$20 • Meia

Paraíso: R$30 • Inteira | R$15 • Meia

Serviço

O espetáculo estreia no dia 23 de maio e terá ainda mais uma récita no dia 24 de maio, às 20h30 e os ingressos já estão à venda na bilheteria do TP e por meio do site: www.ticketfacil.com.br. Dúvidas e informações sobre venda de ingressos: (91) 98590-3523.

E-mail: bilheteriatdapaz@gmail.com . O Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) em parceria com o próprio Da Paz e Academia Paraense de Música (APM).

Texto: Úrsula Pereira/Ascom Theatro da Paz