Nesta terça-feira (30), ocorreu o lançamento da cartilha “Parque Cemitério Soledade”, às 8h30, com visita guiada para alunos de graduação e estagiários da Unama, UEPA, UFPA e estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Honorato Filgueiras. Em seguida, a programação contou com Seminário, no auditório Eneida de Moraes, no Centro Cultural Palacete Faciola.
A cartilha aborda desde as linguagens artísticas presentes no cemitério, a história de algumas pessoas que estão sepultadas ali, até o momento atual, retratando o público que visita o espaço. É resultado do Programa de Educação Patrimonial “Diálogos com o Patrimônio”, do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), que teve início em julho de 2022 e atuou na obra de restauração e revitalização do espaço. Trabalho desenvolvido pela equipe de Arqueologia e Projetos da Secult, em parceria com a Faculdade Conservação e Restauro da UFPA.
“A cartilha funciona como um importante instrumento de educação patrimonial, que vai proporcionar ao visitante uma experiência diferente ao entrar aqui no Parque Cemitério Soledade. Os elementos artísticos, a simbologia, as diferenças arquitetônicas e referências artísticas dessa arquitetura mortuária falam muito sobre essa pessoa que foi sepultada e sobre o momento histórico que a cidade vivia", disse a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
“Este cemitério me chama atenção porque eu passava aqui em frente de ônibus e ficava me perguntando o porquê de serem poucos e grandes túmulos, e hoje, estou aqui estudando. O que serve de estudo para nós, poderia ter sido demolido.” Conta Júnior Fernandes, aluno de história da Unama que prestigiou o lançamento da cartilha.
O seminário, que ocorreu após a visita ao parque, teve início com a mesa “Cemitério Parque Soledade: sítio histórico e potencial para a cidade", com os professores Jane Beltrão, Jackson Oliveira, André Rendeiro e Raquel Ferreira, com mediação de Sabrina Campos.
“O cemitério é um patrimônio importante para a cidade, que precisa contemplar todas as camadas sociais que lá estão enterradas, porque as pessoas se apropriam do Cemitério das mais diversas formas. Então elas vão lá para sentar e se refrescar, para rezar, acender velas para as pessoas que estão lá e assim por diante. Os cemitérios são sempre importantes, em qualquer cidade, porque é lá que a gente costuma cultuar os nossos mortos e não existe sociedade que não cultue seus mortos.” Afirma a historiadora e antropóloga, Jane Beltrão.
A segunda mesa, com Judá de Almeida, Idanise Hamoy, Babalorixá Fernando Rodrigues de Ogum, Jonn Noir e mediação de Larisse Rosa, abordou o tema “Fé, Arte e Cultura em espaços cemiteriais”.
“Eu costumo falar que a educação patrimonial é um instrumento de proteção, assim como o tombamento do patrimônio material, o registro do patrimônio imaterial, a ação de educação patrimonial de determinado bem ou determinada cultura, é um instrumento de proteção. A gente só preserva aquilo que a gente conhece, quando nós criamos afeto, pertencimento com uma causa ou com bem, nós vamos lutar pela preservação dele.” Reitera a diretora do DPHAC, Rebeca Ribeiro.
As atividades foram encerradas com coquetel, em espaço com exposição de Fotovaral da Educação Patrimonial.