Em celebração à data de comemoração da adesão do Pará à Independência do Brasil, 15 de agosto, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), levou ao Museu do Estado do Pará (MEP)- local onde foi assinada a documentação de adesão - a exposição “Bicentenário da Adesão do Pará à Independência: Registros nos Documentos do Arquivo Público”.
A mostra conta com cópias de documentos históricos que detalham o processo de adesão, com as respectivas transcrições, e a versão original da Ata de Adesão, que em 2023 completa 200 anos. A programação, realizada em parceria com as secretarias de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) e de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), também contou com palestras dos professores Francivaldo Nunes, Adilson Brito, José Alves, da secretária adjunta da Seirdh, Edilza Fontes, e do diretor do APEP, Leonardo Torii.
“É importante que a gente comece a conhecer melhor a história da independência no Pará porque é muito controversa. Os historiadores do passado contaram de uma maneira que dá a entender que os grupos que estavam dirigindo a antiga província do Grão-Pará assinaram um documento dizendo que o Pará estaria aderindo à independência do Brasil, iniciada lá no Rio de Janeiro. Particularmente, como pesquisador, penso que essa é uma versão muito reducionista, então, fui questionando isso. Indo ao Arquivo Público, consultando uma série de documentos, percebi um quadro muito maior, de revoltas protagonizadas também por pessoas comuns, escravizados, indígenas e mulheres, e não apenas por grupos políticos”, explica o professor Adilson Brito.
A estudante de Ciências Sociais, Jaiane do Socorro, veio com uma caravana de estudantes de São Miguel do Guamá para prestigiar o evento. “Muita gente está curtindo o feriado e não se sabe por que, o que significa essa data, então, hoje nós escutamos palestras de historiadores de prestígio falando sobre a adesão, datando e objetivando o assunto. Foi muito interessante pra mim, o enriquecimento de conhecimento mesmo”, conta.
Durante o evento foi exibido o documentário “Independência ao Norte”, disponível no Youtube (https://youtu.be/io4S2ElOrJw), assim como o projeto “Bicentenário da Independência do Brasil no Pará” da Sectet, que disponibiliza diversos materiais sobre a adesão, como podcast e e-books, no endereço: independencianopara.com .
“As datas comemorativas são construções de tradições, e os documentos servem justamente para a gente contextualizar essas datas. Por exemplo, em Muaná, eles comemoram no dia 28, foi a primeira região da Amazônia que aderiu à independência. Ficou durante uma semana, depois o governo de Portugal sufocou a revolta. Então, em cada lugar tem uma especificidade, mesmo aqui dentro são várias identidades; grupos que reconhecem, outros não, como o professor Alves colocou, a nossa adesão é múltipla”, aponta o diretor do Arquivo Público do Estado do Pará, Leonardo Torii.
A exposição “Bicentenário da Adesão do Pará à Independência: Registros nos Documentos do Arquivo Público” é itinerante e segue até o dia 31 de agosto, de segunda a sexta, das 8h às 14h, na sede do Arquivo Público. Em seguida, irá percorrer escolas públicas por todo o estado.