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Na Galeria Fidanza, exposição reúne mantos produzidos na capital e no interior

Por Amanda Engelke (ASCOM)
02/10/2023 12h17

Mantos confeccionados por artesãs do interior do Pará e pelas comunidades de três escolas de sambas de Belém – o Bole Bole, a Matinha e a Piratas da Batucada – serão apresentados ao público na exposição "Mantos: arte-afeito, comunidade e cartografias do Pará”, que abre nesta sexta-feira (29), às 19h, na Galeria Fidanza, do Museu de Arte Sacra, a programação do Preamar do Círio. 

Na exposição de abertura, 18 mantos serão apresentados ao público. Destes, três foram confeccionados em vivências formativas em escolas de samba de Belém, promovidas pelo Museu da Imagem e do Som (MIS). Outros 15 são do acervo do Museu do Círio, oriundos de municípios do interior do Estado e inseridos no acervo em 2007. A última vez que os mantos foram apresentados foi em 2010. 

Os 15 mantos são das localidades de Abaetetuba, Pitimandeua (comunidade quilombola no município de Inhangapi), Barcarena, Marapanim, Vigia, Juçateua (Marapanim), Augusto Corrêa, Ponta de Pedras, Apeú (Castanhal), Tucuruí, Acará e São João de Pirabas. A curadoria é de Anselmo Paes, Nando Lima, Emanoel Franco e Indaiá Freire, em um encontro entre os Museus de Arte Sacra, do Círio e da Imagem e do Som.

Diversidade

Para Anselmo Paes, a diversidade é um das características da exposição. “Teremos uma diversidade significativa de técnicas, formatos e tamanhos porque cada artesão e cada localidade acabaram incorporando um pouco da arte de sua própria comunidade, daquelas que foram escolhidas como artesãs e guardiãs dessas santas. Esses mantos representam a diversidade relacionada à arte e à devoção de Nossa Senhora de Nazaré”, diz. 

Outra característica são os painéis, que irão conectar o expectador aos municípios de cada manto. “Não se limita apenas ao encontro com o acervo em sua forma física, é um aprofundamento dessas histórias, além de nos proporcionar a recuperação de informações de coletas anteriores que podem ser usadas para compor novas exposições e pesquisas futuras”, aponta Anselmo.

Oficinas 

Os outros três mantos foram produzidos em oficinas nos barracões das escolas de samba Bole Bole (Guamá), Matinha (Fátima) e Piratas da Batucada (Pedreira). “Cada escola resolveu, dentro das suas particularidades, fazer a sua própria criação, sem indução do coordenador da oficina. Todos reutilizam materiais que poderiam ter sido descartados, como sobras de acessórios”, informa Indaiá Freire. 

O manto confeccionado pela comunidade do Bole Bole faz referência à história da própria escola de samba. O da Matinha homenageia Eneida de Moraes, em alusão à sua relação com o Carnaval e também com o Museu da Imagem e do Som. Já o da Piratas da Batucada traz as cores da escola e homenageia a Dona Onete, além de se referir ao Carnaval da própria Piratas. 

“Eles são inéditos e foram feitos para o Preamar do Círio. Neles encontramos a história, a memória, as vivências e a criatividade de cada comunidade, nos seus adereços. Em cada ornamentação do manto, há informações das escolas, das vivências delas, dos carnavais e das comunidades. Eles foram criados com as comunidades e para as comunidades, dentro do histórico de cada escola”, destaca Indaiá.

Serviço:

Exposição "Mantos: arte-afeito, comunidade e cartografias do Pará”
Abertura: Sexta-feira, 29, às 19h
Visitação: Terça a domingo, das 9h às 17h, até 19 de novembro
Local: Galeria Fidanza – Museu de Arte Sacra