Na noite desta segunda-feira (16), a mesa redonda “O Contexto Arquivístico Atual no Pará e as Pautas em Prol do Arquivista: Contribuições para a COP 30”, promovida pela Associação dos Arquivistas do Estado do Pará (AAEPA), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), reuniu mais de 90 pessoas no auditório Eneida de Moraes, no Centro Cultural Palacete Faciola.
A abertura do evento contou com a participação do presidente da AAEPA, Lucas Monte Verde; do diretor do APEP, Leonardo Torii; do vereador Miguel Rodrigues, da secretária Municipal de Administração, Jurandir Novaes; diretor da Faculdade de Arquivologia da UFPA, o Prof. Ferando Rodrigues e da presidente do Centro Acadêmico de Arquivologia UFPA , Fernanda Costa.
O encontro em alusão ao dia do arquivista, celebrado em 20 de outubro, e também ao aniversário de 5 anos da AAEPA, comemorado em 30 de outubro, faz parte de uma agenda nacional. “O Fórum das Associações de Arquivistas do Brasil está realizando diversos eventos em todo o país durante esta semana, e esse ano nós estamos começando a nos organizar para esses novos contextos que Belém, que o estado do Pará, vai vivenciar com a COP 30. Pensar no papel do arquivista nesses próximos anos, principalmente nesse contexto de mudanças climáticas, socioambientais e econômicas.”, afirma Lucas Monte Verde.
Os arquivistas são responsáveis, entre outras funções, pelo planejamento, organização, assessoramento, pesquisa, orientação e gestão de serviços ou instituições arquivísticas, conforme a Lei nº 6.546, de 4 de julho de 1978, que regulamentou a profissão. “A nossa área é uma ciência de informação, é um curso que trabalha não somente como as pessoas costumam falar, com papéis, mas também com a arte, história e memória. A arquivologia está presente não só dentro da nossa área acadêmica ou profissional, vai muito além disso, está na sociedade em si.” Declara João Otávio Correia, vice-coordenador do centro acadêmico de arquivologia da UFPA.
“A COP 30 é um evento muito grande que vamos receber, e traz uma demanda muito grande de documentações como ofícios, por exemplo, são demandas que estão dentro do alcance do arquivista. Então, eu acho que é muito importante a contribuição dos arquivistas nesse momento para nossa região”, complementa João Otávio. Ainda tratando sobre as possíveis colaborações para COP, Cristian Costa, diretor do arquivo central da UFPA alega: “uma contribuição importante da arquivologia para COP 30 é o auxílio na compreensão do processo de ocupação da Amazônia, qual era a finalidade que se dava para terra naquele momento e como isso foi se reverberando até os dias atuais, através de documentos oficiais do Estado. Então a preservação desse material pode ajudar a traçar estratégias de como tentar reverter ou desacelerar esse processo de desmatamento.”
Cristian foi um dos palestrantes da mesa, junto com a professora Renata Furtado, da Faculdade de Arquivologia da UFPA, mediada por Lucas Monte Verde. A reunião debateu a importância da profissão de arquivista e da contribuição de instituições como o Arquivo Público do Estado na salvaguarda de documentações históricas.
“A gente costuma dizer que o arquivista atua como uma ponte, um profissional que vai intermediar a relação da sociedade com o estado por meio do acesso à informação. E tem como principal função, possibilitar que as pessoas exerçam a cidadania. Então, essa data é justamente para que a gente possa celebrar não só os profissionais, mas fortalecer e tentar legitimar a nossa necessidade no mercado de trabalho e na sociedade paraense. Nós temos uma trajetória de pouco mais de 10 anos enquanto área de conhecimento. O curso foi criado na UFPA em 2011, e desde lá a gente tem desenvolvido um trabalho de conscientização acerca da importância que o arquivista tem na sociedade.” Conclui o diretor do arquivo central da UFPA.