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Casa das Onze Janelas recebe alunos da UEES José Álvares para visita guiada

Os estudantes com deficiência visual foram acompanhados por profissionais de audiodescrição
Por Juliana Amaral (ASCOM)
16/02/2024 16h39

O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (Cojan) recebeu na manhã desta sexta-feira, 16, alunos da Unidade Educacional Especializada (UEES) José Álvares de Azevedo, referência no trabalho educacional às pessoas com deficiência visual. A turma esteve em uma visita guiada onde acompanhou a exposição "Retro/Ativa", recentemente aberta, do artista multimídia Eder Santos. Alunos e familiares tiveram o apoio de profissionais de audiodescrição e guias da Cojan. 

A diretora da escola, Lindalva Carvalho, fala sobre a alegria ao receber o convite para a visita. "Nós achamos muito interessante porque quando se fala de arte e lazer, nós enfrentamos uma grande dificuldade em relação a acessibilidade voltada às pessoas com deficiência visual. Então, quando surge a oportunidade de vivenciar um projeto artístico como esse é maravilhoso. Eu creio que ainda há um número pequeno de profissionais aptos a atender um público grande que existe em Belém", disse. 

"A exposição é muito boa, teve o acompanhamento dos profissionais que foram explicando todos os detalhes, e a gente pôde tocar nos objetos. A lembrança que eu tive foi do meu finado avô, que tinha uma televisão muito parecida com a que está aqui", conta Heverton Silva, aluno da UEES desde os três anos de idade.

A mostra reúne trabalhos de diferentes momentos da carreira do artista mineiro Eder Santos. Traz a combinação de diferentes linguagens e técnicas. A obra de Santos derruba fronteiras entre artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias. Pioneiro da arte multimídia no Brasil, sua trajetória confunde-se com o início da produção audiovisual nas artes plásticas, nos anos 1980, que funde o padrão estabelecido pelas televisões e as experimentações com o vídeo amador.

"A minha filha nasceu com seis meses de gestação, com uma má formação na retina. Nós fomos encaminhadas para o Álvares de Azevedo quando ela estava com quatro meses de vida. Esse período foi muito difícil pra mim e foi super importante ter esse suporte, e é até hoje. Ela está com 19 anos, fazendo faculdade, e continua frequentando, aprendendo a andar com a bengala, e depois tem uma iniciação para aprender a cozinhar, lavar, passar, tudo isso é ensinado lá. Também tem a parte de informática, assistente social e psicólogos, e diversas coisas que ela ainda vai aprender, por exemplo a diferenciar as cédulas de dinheiro", relata Adna Vale, mãe da estudante Victória Vale. 

"Para que todos nós possamos desfrutar dos nossos espaços é importante criarmos um ambiente inclusivo. Então, pensando no espaço físico e no trato com o público, nós contamos com recursos de obras táteis, já fizemos algumas réplicas, adaptações manuais e alternativas, principalmente em fotografias. Além disso, contamos com recursos de legendas em braile, áudio descrição em QR code para atender o público com acessibilidade, e assim tornar possível que a experiência artística seja cada vez mais completa", afirma a diretora da Cojan, Alba Braga, sobre as iniciativas desenvolvidas no espaço.