Na manhã desta terça-feira, 7, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio Arquivo Público do Pará (Apep), promoveu a oficina "Leitura e Análise de Documentos da Cabanagem", no Centro Cultural Palacete Faciola, no bairro de Nazaré, em Belém. A atividade faz parte do segundo dia do Preamar Cabano e foi ministrada pelos professores André Lima (Secult/APEP) e Michelle Barros de Queiroz (Escola de Aplicação da UFPA). A ação continua na quarta-feira, 8, das 9h às 12h.
A oficina quer possibilitar um entendimento geral sobre o movimento da Cabanagem, suas fontes documentais e referências bibliográficas; também, apresentar os principais centros de pesquisa documental e os tipos documentais sobre o período, que estão sob a guarda do Arquivo Público.
“Bom, a finalidade da oficina é mostrar um pouco das pesquisas mais atuais sobre a Cabanagem, especialmente, no contexto do arquivo público, pontuar quanto de material que ainda tem a se pesquisar. Vamos mostrar uma parte dessa documentação que tem no acervo do apep e mostrar as possibilidades de pesquisa”, afirma o professor André Lima.
Além disso, o curso também aborda as técnicas utilizadas para leitura e compreensão de documentos manuscritos desta época. Para isso, foram desenvolvidos exercícios práticos, nos quais os alunos puderam ter contato com escrituras.
“A gente quer também estimular que essas pessoas, que muitas vezes se sentem inibidas pela leitura do documento antigo, principalmente do século XIX, pela caligrafia, pelo tipo de papel, tinta, etc. Existem certas dificuldades, mas queremos mostrar que é possível. Muitas pesquisas acabam se fixando apenas em documentos impressos, tem documentos impressos sobre os cabanos, os jornais são uma fonte para isso, mas com a oficina vamos dar ênfase aos manuscritos presentes no arquivo público. Dar condições para as pessoas, mostrando que elas são capazes também da leitura atenta, que é possível, apesar das dificuldades caligráficas.” Diz a pesquisadora Michelle Barros de Queiroz.
História – A Cabanagem (1835-1840) foi um movimento social e político que explodiu na vasta área da Calha do Rio Amazonas, durante o período regencial do Império Brasileiro. O único movimento em que os levantados tomaram o poder político de Belém, capital da Província do Grão-Pará, entre janeiro de 1835 e maio de 1836.
Seus revezes extrapolaram as fronteiras da província paraense e do Império Brasileiro, conectando pessoas, informações, experiências de vida e lutas.
