Dando continuidade a programação de 2019, o XVIII Festival de Ópera do Theatro da Paz apresenta sua segunda montagem operística, Suor Angelica, de Giacomo Puccini. A obra, que tem direção cênica de Jena Vieira e a direção musical do maestro Miguel Campos Neto, será levada para a Igreja de Santo Alexandre nos dias 21, 23 e 25 de outubro. A programação do festival segue até 22 de dezembro, incluindo mais uma ópera: Amahl e os visitantes da noite, de Gian Carlo Minotti, que terá uma de suas récitas aberta ao público apresentada em um palco externo.
Suor Angelica, de Giacomo Puccini.Suor Angelica é uma ópera de apenas um ato do compositor italiano e pertence a uma trilogia - de espetáculos curtos - escrita em 1918, que reuniu sob o nome de Il Trittico: Il Tabarro (O Capote), Suor Angelica e Gianni Schichi. A ideia é que fossem encenadas em um mesmo espetáculo, como ocorreu na estreia em 14 de dezembro de 1918 no Metropolitan Opera House de Nova York.
Puccini tinha ideia de dar a cada uma delas um caráter musical diferente. Gianni Schichi é a única ópera cômica de Puccini. Turandot, um drama que deixou inacabado, foi concluída por Franco Alfano e Suor Angelica que é um melodrama com libreto de Giovacchino Forzano, foi a última ópera efetivamente terminada pelo compositor.
Giacomo Puccini viveu entre 1858 e 1924, foi um dos mais importantes compositores de ópera de todos os tempos e suas obras marcantes, estão entre as mais encenadas no mundo, La Boheme, Madama Buterfly, Manon Lescaut, Tosca e Turandot.
De acordo com Jena Vieira, diretora cênica do espetáculo, Suor Angélica é uma ópera que corresponde o estilo não só de Puccini, mas do período que ele viveu. "Na literatura tivemos o período do realismo que se traduz na música em Verismo, que são as óperas escritas na passagem do século XIX para o século XX, marcadas pelo realismo, contendo traição, violência, morte e geralmente descrevem a vida cotidiana, especialmente das classes sociais mais baixas".
Jena também explica que esse período da música rejeita os temas históricos, míticos e grandiosos do romantismo, que costumamos ver em óperas já bastante assistidas, como por exemplo Idomeneo, de Mozart ou Rusalka, de Antonín Dvořák. "Ópera é uma obra de arte e toda obra de arte é atemporal, Suor Angélica pode ser encenada em qualquer período da história que será atual. Optei por fazer uma versão tradicional, me reportando ao período descrito por Puccini no libreto, que diz que a história se passa no final do século XVII. Então, o público pode esperar uma ambientação e figurinos adequados à época", afirma.
O espetáculo terá a participação dos aprovados no "I Curso de Formação em Ópera do Theatro da Paz" que selecionou 20 cantores líricos profissionais. O grupo está recebendo capacitação musical e cênica desde agosto deste ano, para que ao final de quatro anos, esteja preparado com excelência, para formar um corpo fixo de cantores líricos do Theatro da Paz.
Para Ursula Vidal, Secretária de Estado de Cultura, o Pará possui vozes belíssimas e ampliar o escopo das ações do Festival de Ópera, com a formação para cantores líricos, foi uma das novidades mais significativas desta edição. "Já temos no Pará um corpo técnico altamente qualificado para as demandas da produção operística. Estas ações de incentivo e capacitação valorizam ainda mais os enormes talentos que temos aqui. Além disso, a extensão do calendário de montagens e récitas também foi uma inovação extremamente positiva. Isso gera uma ativação maior da cadeia produtiva da ópera, ao longo de todo este semestre. São centenas de músicos, cenotécnicos, aderecistas, costureiras e produtores de cena envolvidos nas montagens e musicais durante a metade do ano. É qualificação e atividade econômica andando juntas", afirmou a secretária.
Sobre Suor Angelica
A história se passa num convento na Itália, no final do século XVII. Angelica foi condenada à reclusão em um convento, por ter tido um filho ilegítimo - fora do casamento - ato considerado imperdoável para a sociedade da época e sua família aristocrática. Apesar de ter sido obrigada a ingressar na vida religiosa, com o tempo Angelica conquista todas as irmãs com sua doçura e bondade e torna-se uma especialista em plantas medicinais, com as quais alivia as aflições das irmãs. Apesar dos anos, Angélica não consegue esquecer o filho e carrega o desejo de rever o pequeno, arrancado de seus braços ao nascer.
A paz do convento é abalada com a chegada de sua Tia, uma princesa, que chega de repente ao convento e traz a notícia da morte de seu filho. Desesperada, Angélica se envenena e morre.
Novo formato
Em 2019 o "Festival de Ópera" estreou com uma nova roupagem, deixando de ser somente uma mostra de ópera e apresentando um modelo mais amplo e contínuo, distribuído ao longo de seis meses (de agosto e dezembro), em cinco ações distintas: Temporada de Ópera, Formação, Temporada de Concertos, Teatro Musical e Itinerância.
Em 2020 será realizado durante o ano todo - ampliará o campo de trabalho para todos os artistas e técnicos envolvidos nas produções. A seleção do elenco e do corpo técnico priorizou a valorização de artistas locais que já alcançaram grau de excelência em ópera. Grandes nomes do cenário operístico nacional e internacional também participarão das montagens do XVIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, promovendo o intercâmbio de experiências, e oferecendo ao público paraense espetáculos de alto nível artístico.
Ficha Técnica
Direção do XVII Festival de Ópera do Theatro da Paz:
Diretor geral: Daniel Araujo
Diretora artística: Jena Vieira
Diretora de Produção: Nandressa Nuñez
Direção de "Suor Angelica", de Giacomo Puccini
Direção Cênica: Jena Vieira
Direção Musical e regência: Miguel Campos Neto
Direção Geral: Daniel Araújo
Direção Artística: Jena Vieira
Direção de Produção: Nandressa Nuñez
Elenco
– Suor Angelica, Dione Colares (soprano)
– A Tia Princesa, Alfa de Oliveira (soprano)
– A Abadessa, Denise Dacier
– Irma Monitora, Elizabeth Moura
– Mestra das Noviças, Gigi Furtado
– Irmã Genoveva, Hosana Ramos
– Irmã Osmina, Dulcianne Ribeiro
– Irmã Dulcina, Ione Carvalho
– Irmã Enfermeira, Liliana Virgínia
– Irmã de Caridade, Lanna Bastos
– Irmã de Caridade, Kézia Andrade
– Noviça, Juliana Kreling
– Noviça, Érica Carolinne
– Irmã Leiga, Adriane Leite
– Irmã Leiga, Rebeca Leitão
Técnica
Direção Musical e Regência: Miguel Campos Neto
Direção Cênica: Jena Vieira
Cenário: Claudio Bastos e Nandressa Nuñez
Figurinos: Hélio Alvarez
Visagismo: Omar Junior
Desenho de luz: Rubens Almeida
Direção de palco: Cláudio Bastos
Pianista co-repetidora: Ana Maria Adade
Programação
"Suor Angélica”, de Giacomo Puccini
Igreja de Santo Alexandre - Dias 21, 23 e 25 de outubro, às 20h
Oficina de Teatro – Dramaturgia Pessoal do Ator I (Cláudio Barros)
De 28 de outubro a 22 de novembro
Concerto da OSTP
Theatro da Paz - Dia 31 de outubro, às 20h
Musical "Árvores que tocam" - Composição do Thiago D'Albuquerque e direção musical de Vanildo Monteiro
Theatro da Paz - Dias 12, 15 e 16 de novembro, às 20h
Apresentação dos Alunos do I Curso de Formação em Ópera e OSTP
Dia 19 de novembro
Oficina de Teatro – Dramaturgia Pessoal do Ator II (Alberto Silva)
De 25 de novembro a 20 de dezembro
"Amahl e os visitantes da noite", de Gian Carlo Minotti
Theatro da Paz - Dias 17, 19 e 21 de dezembro, às 20h
Concerto Coro e OSTP
Theatro da Paz - Dia 22 de dezembro, às 20h
Serviço: O XVIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, ópera "Suor Angélica”, de Giacomo Puccini. Venda de ingressos na bilheteria do Da Paz, a partir desta terça-feira (15). Os interessados também poderão adquirir pelo site do Ticket Fácil. Informações pelo telefone (91) 4009-8758.