Notícias

Árvores que Tocam' dão boas-vindas aos participantes do Fórum Mundial de Bioeconomia

O espetáculo apresentado no palco do Theatro da Paz impressionou o público com os múltiplos sons das florestas
Por Josie Soeiro (SECULT)
18/10/2021 22h00

Sons dos rios, matas, pássaros e ventos das florestas impressionaram quem esteve no Theatro da Paz, na noite de domingo (17), para assistir ao espetáculo “Árvores que Tocam''. A apresentação integrou a programação cultural do Fórum Mundial de Bioeconomia (WCBEF), que ocorre pela primeira vez em Belém, de 18 a 20 de outubro.

O espetáculo, assinado pelo percussionista Thiago D’Albuquerque, reúne percussão, dança e canto, e mistura instrumentos populares e eruditos, como curimbó, maraca, caxixi, marimba, xilofone e tímpano, além de recursos tecnológicos. O espetáculo 'Árvores que Tocam' levou os sons da floresta para o palco do Theatro da PazFoto: Mário Quadros / Ascom Secult

O espetáculo foi assistido por participantes do Fórum de várias partes do Brasil, e de outros países; pela secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, e pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida.

O “Árvores que Tocam” foi criado há quatro anos, e reúne cerca de 30 profissionais, entre coro, balé e música. A apresentação também marca a volta do grupo aos palcos após o início da pandemia de Covid-19. “Este é um momento muito especial, porque depois que nós apresentamos o espetáculo no Festival de Ópera do Theatro da Paz, em 2019, fizemos vários planos de viagens, mas veio o lockdown e tudo parou. Estávamos ansiosos por voltar aos palcos. O dia de hoje é muito importante, porque pra mim é poder também falar sobre vida. Somos sobreviventes de pandemia, e estamos aqui para falar isso, através da música”, disse o percussionista Thiago D’Albuquerque.

Para a estudante de Engenharia Ambiental Rayla Souza, a programação no Theatro da Paz apresentou a cultura paraense ao mesmo tempo em que sensibilizou o público sobre o tema. “Está é realmente uma imersão no assunto, mas de uma maneira mais sensível, como só a arte e a cultura sabem fazer, com sutileza e emoção. Como paraense, sinto muito orgulho, e acho que pessoas que estão em Belém pela primeira vez se encantaram com esse espetáculo, que nos diz tanto”, definiu a universitária. 

Herança ancestral - Viramos o mundo para ouvir as vozes da Amazônia, e que possamos construir um novo modelo de desenvolvimento, com uma economia verde, baseada na escuta dos povos originários, das comunidades tradicionais, valorizando a nossa ciência e todo o conhecimento que é ancestral, mas também que traz a força da tecnologia, a força de tudo isso, que nos significa como um povo, que entende que a gente precisa construir um caminho do futuro, sem esquecer tudo o que o passado nos traz como herança, como informação e seta que aponta o caminho”, ressaltou a secretária Ursula Vidal.

“Não poderia ter sido melhor. A referência à floresta, às nossas tradições, como boi, lundu, carimbó; o alerta sobre as queimadas; a importância das florestas, das árvores que tocam e transformam em vida novamente a nossa vida. Esse é o sentido do nosso Fórum, um resgate da nossa ancestralidade, das nossas tradições. Uma economia voltada para nossa biodiversidade e para a economia sustentável da floresta. É isso que vamos dialogar a partir de amanhã no Fórum Mundial. Foi um espetáculo excelente, uma boas-vindas para visitantes e palestrantes, e espero que seja assim até o fim”, disse o secretário Mauro O’de Almeida.