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Governo do Estado lança projeto conceito do Memorial da Consciência Negra

Iniciativa é fruto de um diálogo entre a Secult e entidades, como a Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu) e o Centro de Estudo e Defesa do Negro (Cedenpa)
Por Thaís Siqueira (SECULT)
22/11/2021 09h06 - Atualizada em em 25/11/2021 13h35

No último sábado (20), Dia Nacional da Consciência Negra, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), apresentou o projeto conceito do Memorial da Consciência Negra, que será construído na Rua 13 de Maio, em Belém. A cerimônia ocorreu no Theatro da Paz e fez parte de uma série de ações de fortalecimento das lutas e conquistas do movimento negro no Pará.

Durante a solenidade, o governador Helder Barbalho, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, e a secretária de Planejamento e Administração do Estado do Pará em exercício, Tainá Magalhães, assinaram o decreto que formaliza a afetação e a transferência da administração do imóvel da Secretaria de Planejamento e Administração do Estado do Pará (Seplad) para a Secult. Na sequência, foi exibido um vídeo de pouco mais de um minuto, com uma representação do futuro espaço, elaborado pela Diretoria de Projetos da Secult.

De acordo com a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, o projeto é fruto de um diálogo entre a Secult e entidades, como a Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu) e o Centro de Estudo e Defesa do Negro (Cedenpa). "Os povos de matriz africana são os que abrem os caminhos para que saibamos como fazer a política pública da forma mais correta. A gente entende que todo esse processo de construção de ocupação do espaço, das exposições, dos elementos, que são os elementos que contam essa história, vieram da fala, da força, das dores e dos direitos de vocês", pontuou.

O diretor de Projetos da Secult, Nelson Carvalho, explicou como foi pensado o projeto para o espaço.

"O Memorial vai ocupar uma área onde antes ficava a Academia Paraense de Letras, um prédio que passou muito tempo abandonado, então vai ser algo totalmente novo, com exceção da fachada, que data do início do século XX e que será mantida com os elementos originais, após um restauro específico. Durante as conversas com a Malungu e a Cedenpa, estabelecemos um um roteiro para a arquitetura do prédio, um programa de necessidades que contempla um salão de exposições no térreo, visto que ele tem dois pavimentos, um bloco de banheiros em cada andar, uma área para biblioteca e acervo e, na parte de trás, uma área para eventos externos, que vai contar com o jardim, uma arquibancada, uma parte importante do quintal aberto para o céu, detalhou o diretor.

No novo prédio, também será garantida acessibilidade universal, uma escada em metal e um elevador. No segundo pavimento, haverá um mezanino, que vai funcionar também como um salão alternativo, a área administrativa e um auditório pra quarenta lugares. Todo o projeto ocupa uma área de aproximadamente 500m² de área útil.

O governador Helder Barbalho também entregou, por meio do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), títulos de reconhecimento de propriedade de territórios quilombolas a comunidades de municípios paraenses. A programação incluiu ainda a assinatura do Estatuto da Equidade Racial - Lei nº 9.341, de autoria do Deputado Bordalo, o primeiro estatuto estadual da Região Norte e que representa um marco para a legislação do Estado. Na ocasião, foi lançado o Plano Estadual de Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

Para finalizar o ato alusivo ao Dia da Consciência Negra, o público pode apreciar o espetáculo “Missa Cubana”, com participação da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e regida pela maestrina Maria Antônia Jimenez. A apresentação misturou vozes líricas e populares e se passa no cenário de uma missa católica dedicada à Virgen de la Caridade del Cobre (Virgem da Caridade de Cobre), padroeira de Cuba.