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Vencedora do Prêmio Jabuti 2021, Monique Malcher participa de Encontro Literário com autoras paraenses na Feira do Livro

Por Thaís Siqueira (SECULT)
05/12/2021 09h31 - Atualizada em em 05/12/2021 14h27

O terceiro Encontro Literário da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes foi realizado na noite deste sábado (04) e trouxe as vozes da juventude para o centro do debate. Com o tema "Literatura paraense - jovens escritoras", as autoras Monique Malcher e Bruna Guerreiro abordaram temas que abrangem desde o processo de planejamento e produção literária até o protagonismo feminino na área cultural no Pará. A programação contou com a mediação de Cláudia Vidal, também autora paraense. 

Monique Malcher venceu recentemente a edição de 2021 do prêmio Jabuti na categoria Conto com a obra "Flor de Gume". A premiação é uma das principais da literatura brasileira e é concedida pela Câmara Brasileira do Livro, com a obra "Flor de Gume" na categoria Conto. 

Antes da programação, Monique também esteve no estande Ponto do Autor e destacou a importância dos temas da obra para a sociedade e, em especial, as mulheres. Monique Malcher venceu recentemente a edição de 2021 do prêmio Jabuti, um dos principais prêmios literários brasileiros

"Os temas que o Flor de Gume traz (violência doméstica e alienação parental) são coisas que acontecem. Então, mais importante do que o prêmio Jabuti é quando uma professora mostra a obra em sala de aula, quando o livro aparece aqui em estandes de um evento como a Feira do Livro (um local que tem muita circulação de professoras, mães e filhas). Isso porque o livro traz questões importantíssimas e é a partir dessas questões que a gente pode modificar o mundo", observa a autora. 

A literatura cria espaços para discussões de temas relevantes para a juventude e a inclusão. E desde 2019 a Feira do Livro se propõe a fazer parte deste movimento, promovendo espaços como os Encontros Literários, que atraem cada vez mais o público paraense. 

"A melhor forma de atrair o público é poder falar que a literatura não é um lugar das elites. A literatura é um lugar das pessoas. Existem várias vozes espalhadas nesse Brasil. E essas vozes podem vir de vários lugares. Quando as pessoas leem, elas querem se sentir representadas", destacou Monique. 

Essa possibilidade de se sentir representada foi o que cativou a fotógrafa Lua Leão no Encontro Literário. "Vivemos em uma sociedade que ainda precisa melhorar em muitos aspectos com as mulheres. E esse espaço para autoras narrarem suas vivências é muito importante. Eu me vejo como artista lá e sei que muitas outras também se veem. A representatividade é algo que muda realidades", disse. 

Bruna Guerreiro, durante a conversa no encontro, também ressaltou a importância da produção cultural que celebra a diversidade no Pará. "Existe uma expectativa de que seja apresentada um tipo de identidade nas nossas obras, mas isso mostra como algumas vezes temos ideias pré-concebidas do que é a cultura do Pará. E nós somos múltiplos, com uma grande variedade de linguagens e temas. Não existe nada em nós que seja tão universal quanto a literatura em si", falou a autora. 

A 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes segue até domingo (05), de 9h às 21h, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho.  

Serviço:

A 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes ocorre até domingo (05), de 9h às 21h, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho.  

Texto: Isabela Quirino / Ascom EGPA