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XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz se encerra com a última récita de "Armide"

A apresentação ocorreu neste domingo (04), com a regência do maestro João Rival. Espetáculo contou ainda com a presença de cerca de 120 pessoas atendidas pelo TerPaz
Por Thaís Siqueira (SECULT)
05/12/2022 11h20 - Atualizada em em 19/12/2022 15h28

Destaque no XXI Festival de Ópera, ’Armide’ encerrou a temporada 2022Já com ares de saudade, a terceira e última récita da ópera barroca "Armide" marca o encerramento do XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz. A apresentação ocorreu no último domingo (04), às 20h, no palco do Da Paz. O espetáculo tem regência do maestro e cravista João Rival, direção cênica, figurino e cenário de Marcelo Marques. O espetáculo contou ainda com a presença de cerca de 120 pessoas atendidas pelo Programa Territórios pela Paz (TerPaz), das Usinas da Paz do Icuí Guajará, Bengui, Marituba e Cabanagem.

O Festival começou no dia 28 de janeiro, com a montagem de "Ópera dos Terreiros", uma obra inédita de Aldo Brizzi, produzida pelo Núcleo de Ópera da Bahia, que retrata um “Romeu e Julieta” na história de negros escravizados no Brasil. Ao longo da 21ª edição, o público pôde apreciar também a ópera "As Bodas de Fígaro", de Wolfgang Amadeus Mozart. 

De olhinhos brilhantes e atentos, Clara Eduarda, Angelina Macedo e Yasmin Vitória, ambas de 14 anos, da UsiPaz Bengui, estiveram pela primeira vez no Theatro da Paz e relataram a beleza e grandiosidade do espaço. De acordo com Angelina, a surpresa foi maior com a ópera. “Sempre sonhei em visitar o Theatro da Paz, mas nunca tive oportunidade. Que bom que viemos em um dia de ópera que eu só tinha visto pela televisão. Espero vir mais vezes agora e trazer a minha família também”, afirmou.

O Programa TerPaz foi criado em 2019 pelo governador Helder Barbalho e representa uma iniciativa que se destaca por ser um modelo de política pública articulada e inovadora em todo o Brasil, que busca o fortalecimento comunitário de maneira integrada entre todas as áreas do Governo e a Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), por meio do Theatro da Paz, teve uma forte atuação no projeto. Para Bruno Chagas, secretário de Estado de Cultura, a Secult pretende ampliar as parcerias para os próximos 4 anos.

“O projeto Territórios pela Paz e as suas Usinas são um dos mais importantes da gestão do governador Helder Barbalho. Agregar vários serviços e levar para a população mais vulnerabilizada a presença do Estado, não apenas eleva a cidadania, mas acima de tudo, a dignidade das pessoas. Por isso, levar o Festival de Ópera para além das paredes do Theatro da Paz, possibilita não apenas o acesso a esta linguagem da cultura, mas permite que as pessoas conheçam e apreciem os espetáculos, as montagens e, com isso, possam viver a cultura. Além disso as oficinas, concertos e récitas realizadas nas Usinas ampliam a visão e a possibilidade de empreender e movimentar cada vez mais a cadeia da economia criativa”, definiu o secretário.

Festival de Ópera em números - Nos últimos 4 anos, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura em parceria com o Theatro da Paz, investiu cerca R$ 6.500.000,00 na programação que contemplou cursos de formação (R$ 2.500.000,00), com oferta de 190 bolsas de estudo para cantores e técnicos.

Ao longo dos últimos 4 anos produziu óperas emblemáticas. Em 2019 houve ‘Il Matrimonio Segreto’, ‘Suor Angelica’ e ‘Amahl e os visitantes da noite’; em 2020, no ano em que fomos atingidos pela pandemia de Covid-19, foi apresentado ‘O Telefone’, transmitidaode forma on-line pelo pelos canais digitais do TP; em 2021, o Theatro da Paz voltou a operar com a capacidade máxima de lotação, porém, com um rigoroso processo de controle sanitário e apresentou as óperas ‘Die Abriese’ e ‘Il Tabarro’; já em 2022, tivemos ‘Ópera dos Terreiros’, em parceria com o Núcleo de ópera da Bahia, ‘As Bodas de Fígaro’ e ‘Armide’, além da formação técnica de 80 pessoas atendidas pelo Projeto Sons de Liberdade, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), um investimento de R$ 300.000,00.

Toda essa movimentação em torno do Festival gerou cerca de 1.000 empregos diretos, além dos empregos indiretos provocados pela cadeia produtiva da ópera. Segundo Bruno Chagas, o Festival passou por grandes transformações.

“A ópera ‘Armide’ finaliza uma temporada muito importante para o Theatro da Paz, que em 2022, viu surgir sua Academia de Ópera, que contribuiu para a formação de diversos profissionais. Entre as mudanças que tivemos, sem dúvida a formação e acesso, a parceria da Secult com a SEAP, que levou oficinas e formação a internos do Sistema Prisional, que inclusive recebeu apoio da Embaixada da Áustria no Brasil é a nossa maior e principal transformação. Um Festival inclusivo e feito por nós, paraenses, que mostra como temos a capacidade de fazer grandes montagens e exportá-las, demonstrado por meio do Corredor Lírico do Norte, uma parceria entre o Theatro da Paz e o Teatro Amazonas, que fortalece a cadeia produtiva da ópera e nos leva ao protagonismo que sempre tivemos nas grandes montagens nacionais. Por isso, apesar da pandemia, tivemos um grande avanço em nosso Festival e colhemos saldos positivos e pretendemos expandir cada vez mais esses projetos, nos próximos anos”, disse o secretário.

Texto: Úrsula Pereira/Ascom Theatro da Paz