Nesta sexta-feira (03), a reabertura do Museu do Marajó completa um ano. O equipamento localizado em Cachoeira do Arari, que em 2020 passou a fazer parte do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), recebeu uma ampla reconstrução que contemplou desde estruturas elétricas, hidrossanitárias, instalações de prevenção e combate a incêndios, até a renovação do salão de exposições, fachada e construção de novos espaços como praças, banheiros, entre outras áreas de apoio. A intervenção também garantiu a salvaguarda das centenas de peças colecionadas pelo fundador do Museu, padre Giovanni Gallo, que contam a história do homem, da fauna e da flora marajoara.
Em 2022, o Museu do Marajó recebeu 9.980 pessoas, com 16 programações ao longo do ano, atendeu 43 escolas da zona urbana e rural de Cachoeira do Arari, recepcionando inclusive estudantes dos campus da UFPA, UEPA e EETEPA dos municípios de Salvaterra e Soure.
O secretário regional de Governo do Marajó, Jaime Barbosa, destaca a importância do museu para região: “Para nós, especialmente para o município de Cachoeira do Arari, foi uma conquista magnífica, em razão da atenção que o museu tem chamado, fomentando o turismo. A frequência de visitantes aumentou bastante e os elogios são de toda ordem”, avalia.
Para o diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais, Armando Sobral, o papel desempenhado por esse equipamento público de cultura é ainda mais amplo.
“A recuperação do Museu devolveu o protagonismo como instituição destinada à salvaguarda e difusão da cultura marajoara e local de promoção e fortalecimento da cadeia produtiva da cultura na comunidade. Voltou a cumprir, com a gestão compartilhada entre estado e comunidade, um importante papel no desenvolvimento sociocultural na região”, destacou.
O padre Giovanni Gallo também acreditava que as comunidades de seu entorno têm uma ligação com o acervo bastante distinta daquela que os visitantes em geral possuem em relação aos museus mais tradicionais.
“Minha relação é de pertencimento. Sinto-me parte dele, por ser marajoara, de Cachoeira do Arari, sócia do Museu do Marajó, ex-tesoureira e apaixonada pela nossa cultura como um todo”, conta a professora Sandra Souza. Ela relembra o museu dos anos anteriores à reconstrução “Existia um complexo inacabado que funcionava parcialmente, pois a associação não tinha condições financeiras para manter todos os projetos funcionando… a reserva técnica também estava precisando de equipamentos adequados para conservação das peças arqueológicas, os umidificadores e ar condicionado estavam danificados”, relembra.
O museu possui uma área útil de 3.062m², e nas áreas externas foram incorporadas duas praças, uma interna que liga o pavilhão principal do Museu à sepultura e à casa do padre Gallo. E uma praça externa foi criada a partir da retirada dos muros do Museu ao longo da nova fachada principal, possibilitando uma interação direta com a cidade.
O diretor do museu, Eduardo Portal, ressalta a importância da obra.
“Os serviços de reconstrução foram uma coisa que o marajoara não esperava. Achávamos que seria um trabalho simbólico, mas não, foi algo de realmente de um museu da grandiosidade que é o do Marajó. Realizamos 16 programações culturais e todas elas com grande aceitação pelo público da comunidade, que é o nosso principal foco”, frisa.
Portal também enfatiza a relevância da parceria com o Sistema Integrado de Museus e Memoriais, “a parceria tornou tudo viável. A profissionalização do quadro de pessoal é extremamente importante pra uma gestão mais assertiva. E nós podemos contar agora com uma rede de suporte, com profissionais experientes na gestão de espaços culturais.”
Texto: Juliana Amaral/Ascom Secult