O público conferiu as obras, que ocupam as salas expositivas da Casa das Onze Janelas
O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (Cojan) recebeu na última terça-feira (28) o público para a abertura da exposição “Brasil Futuro: As formas da democracia”. A mostra propõe uma reflexão sobre o regime democrático a partir de abordagens sobre raça, diversidade e região, enfatizando a relação com as peculiaridades do povo brasileiro e suas formas de luta por direitos. Belém é a primeira cidade a receber a itinerância da exposição, lançada em Brasília (DF) no início do ano.
Lilia Schwarcz (e), curadora da exposição, falou sobre a importância da história de Belém
As quatro salas expositivas da Casa das Onze Janelas receberam mais de 100 obras, em diversas linguagens artísticas, como quadros, peças raras, fotografias, esculturas e projeções audiovisuais, incluindo trabalhos de artistas do Pará.
A abertura contou com as presenças do secretário executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares; do reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho; da secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; da coordenadora de Patrocínios e Projetos do Instituto Cultural Vale, Marize Mattos, e da antropóloga e curadora da exposição, Lilia Schwarcz, dentre outras autoridades e artistas paraenses.
Secretária Ursula Vidal destacou o protagonismo da Amazônia
Cultura local - “Esse foi um desejo nosso, em primeiro lugar, porque a gente queria que a itinerância não fosse feita naquele eixo tradicional, ou seja, para o Sudeste. A gente queria que fosse no Norte, que fosse Belém por causa da cena cultural daqui, da importância da história de Belém”, explicou Lilia Schwarcz.
Sobre a relação da democracia com a arte, o secretário Márcio Tavares reiterou que “a democracia é isso, um processo de constante diálogo, ebulição e de crescimento através da valorização da diversidade. Então, esse conjunto de obras hoje, aqui na Casa das Onze Janelas, significa isso, que a democracia é um processo inconcluso, e a arte é um movimento de interpretação da nossa própria realidade e de construção da nossa identidade.”
A secretária Ursula Vidal ressaltou a importância da valorização dos artistas locais. “Trazer estas exposições para a Amazônia, nesse momento, é também nos colocar num protagonismo que ninguém tirará da gente, não só porque vamos sediar a COP (conferência mundial do clima) em 2025, não só porque temos uma crise climática e o mundo precisa de uma Amazônia que seja sustentável, mas também precisa da nossa gente. Então, é muito importante que essa exposição acolha e reverbere as nossas vozes; os artistas brasileiros de várias cidades, mas os artistas das nossas Amazônias, do nosso Pará”, frisou a titular da Secult (Secretaria de Estado de Cultura).
Roda de conversa antes da abertura da exposição
Diálogos de Memórias - Na tarde de terça-feira, uma roda de conversa antecedeu a abertura, intitulada “Diálogo de Memórias”, iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secult. O encontro, que lotou o salão transversal do Museu do Estado do Pará (MEP), teve a participação da antropóloga Lilia Schwarcz; da artista visual Edvânia Iyatunde, e da fotógrafa Nayara Jinknss, com mediação do historiador Aldrin Figueiredo.
Foto: Mário Quadros / Ascom Secult
Os participantes debateram o papel da arte na construção da democracia, com base em duas grandes exposições abertas em museus do Estado - “Imagens que não se conformam”, no MEP, e “Brasil Futuro: As formas da democracia”, na Casa das Onze Janelas.
“Eu gostei da exposição como um todo. Quando cheguei aqui a primeira impressão que tive foi que estava inserido dentro da minha cultura, da minha história. As pessoas hoje em dia absorvem muito da cultura do outro, e acabam esquecendo suas origens. Essa exposição traz isso; reflete a nossa cultura”, disse Irlan Barreto, artista visual, presente à abertura da exposição.