O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), conclui uma fase importante do Projeto Parque da Cidade: o concurso nacional de estudo preliminar de arquitetura e urbanismo. A proposta vencedora, Parque Para Todos, foi conhecida na tarde desta segunda-feira (17), por meio de uma live no canal do You Tube da Secult, que contou com a participação do governador do Estado, Helder Barbalho; da secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; da presidente do Júri Técnico do certame, a arquiteta Roberta Rodrigues, e do arquiteto José Júlio Lima, coordenador do concurso pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).
Iniciado em janeiro, o processo de seleção do projeto teve ampla participação popular, em duas das três fases. A primeira foi no modelo de consulta pública, on-line, quando foram definidos os equipamentos nos eixos de Cultura, Esporte e Lazer, e Ambiental e Paisagismo. A segunda fase foi técnica, reunindo uma equipe de jurados composta por arquitetos e urbanistas do Pará e de outras regiões do Brasil. Já a terceira fase ocorreu de 20 de julho a 5 de agosto, em que prevaleceu a escolha do público.O projeto vencedor do certame harmoniza a natureza da região com o cenário do entorno do Parque
O governador Helder Barbalho ressaltou a importância da ampla participação popular. “Gostaria de destacar a adesão das pessoas a esse novo modelo de construção de ideias. Estamos acostumados com processos em que meia dúzia que pensa e entrega para a sociedade aquilo que construíram. Fizemos diferente. Quero parabenizar a Secult, pois neste processo as cabeças pensantes (mais de 80 inscritos de todo o País) puderam apresentar alternativas ao público, que decidiu. Essa ampla participação nos dá a certeza de que aquilo que está sendo escolhido passou pelo crivo popular e nos subsidia para acertar na proposta compatível com o desejo da população do nosso Estado”, reiterou o governador.
O concurso nacional arquitetônico recebeu 85 inscrições de todo o Brasil. Destes, 63 foram homologados e 23 foram enviados e analisados pelo júri técnico, sendo oito do Pará; oito de São Paulo; três do Rio de Janeiro; dois do Paraná; um do Rio Grande do Sul e um de Santa Catarina. Para garantir a impessoalidade ao processo, os trabalhos foram avaliados sem identificação. Entre as 23 propostas, o júri técnico escolheu as duas finalistas: a vencedora, Parque Para todos (com 1.750 votos) e Onde a Cultura se fortalece (que recebeu 1.611 votos).
Helder Barbalho destacou ainda que a expansão territorial de Belém pede intervenções públicas que possam acompanhar o crescimento da cidade e colaborar com o planejamento da compatibilização da necessidade de ofertar espaços, serviços e benefícios para a população. O chefe do Executivo também falou sobre o empenho do governo do Estado para executar o projeto, se reunindo constantemente com órgãos federais. “Temos discutido primeiramente a cessão do espaço e a iniciativa de repensar o uso daquela da área. Hoje mesmo pedi celeridade ao ministro da Infraestrutura (Tarcísio de Freitas) e sinalizei que o Estado está disposto a pagar R$ 15.000.000,00 para a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), para as adaptações do Aeroporto de Val-de-Cans ceder outra área e construir um novo aeroporto na Região Metropolitana, além de custear as obras do Parque da Cidade”, informou Helder Barbalho.
Cara e jeito de Belém - “Finalizamos mais uma etapa da nossa construção coletiva, democrática, do nosso sonho de termos um parque em Belém com vários equipamentos para práticas esportivas e de lazer, o nosso Parque da Cidade. Encerramos nossa consulta popular em que a população escolheu o seu projeto conceito do Parque da Cidade. Portanto, ele agora tem a cara, tem o jeito na nossa cidade, da nossa gente”, disse a secretária Ursula Vidal.O governador Helder Barbalho (embaixo, à dir.) durante a apresentação do projeto vencedor
Segundo ela, “agora o governo do Estado segue nas tratativas com o Ministério da Infraestrutura, com a Infraero, por meio da Secretaria de Aviação Civil, para a transferência das operações do Aeroporto Brigadeiro Protásio para o Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, que vai receber uma intervenção feita pelo governo do Estado pra que seja instalada de maneira provisória a operação nesse espaço, até que a área final seja definida pelo Ministério da Infraestrutura. Então, homologada essa pista alternativa no Aeroporto de Val-de-Cans, já podemos iniciar os processos de intervenções que serão feitas no ‘Brigadeiro Protásio’ para começar a se erguer esse sonho com os equipamentos escolhidos pela população. Vencemos essa etapa e estamos imprimindo o ritmo do Governo do Pará nesse sonho do nosso Parque da Cidade Para Belém”, acrescentou a titular da Secult.
‘Parque Para Todos’ - A proposta vencedora, Parque Para todos, tem como autores os arquitetos e urbanistas Carlos Eduardo Murgel Muller, Marcos Bresser Pereira Epperlein, Thiago Santana Maurelio, Eduardo Saguas Muller e Guilherme Henrique Machado Faganello, e o estudante Vitor Martins. A equipe é composta por integrantes das empresas Firma Arquitetura e Dezembro Arquitetos, ambas de São Paulo.
“Ficamos muito felizes de ter ido pra final e agora, com o resultado, estamos sem palavras. Já participamos de outros concursos de arquitetura, mas como esse foi atravessado pela especificidade da pandemia, nós conseguimos estudar bastante sobre o clima e a cultura do Pará, e desenvolver bastante alguns detalhes dos projetos, como os prédios, uma parte do paisagismo. Estamos muito felizes”, disse o arquiterto, Carlos Eduardo Murgel Muller.
Para o coordenador do certame, José Júlio Lima, todos os projetos recebidos tinham alta qualidade técnica. Mas ele destacou os diferenciais da proposta vencedora, escolhida pelo público. “O projeto vencedor atendeu ao termo de referência em relação aos equipamentos públicos, a análise urbanística do entorno tem uma série de informações muito precisas e bem analisadas. Ele traz um zoneamento em que vários ambientes, incluindo as edificações propostas, que estão dispostas de maneira bastante harmônica, tanto com as demandas em relação à presença da água, como espécies vegetais nativas da Amazônia, formando um conjunto coeso que vai atrair muito interesse das pessoas pela diversidade de formas, de cores e de texturas, que as várias composições vegetais trazem", explicou.
Ainda segundo José Júlio Lima, "os edifícios têm uma linguagem arquitetônica contemporânea, funcional, que respeita a questão do clima local. Enfim, o projeto tem uma série de acessos. Resolveu de forma bastante inteligente a questão da diretriz de prolongamento da Avenida Pedro Miranda, na medida em que define uma faixa onde não haverá edificações, caso a diretriz seja levada adiante, assim como também a integração com os outros equipamentos que já existem, como o Hangar, e do sistema de acessos promovidos pela localização da Avenida Pedro Miranda e da Avenida Júlio César”.