As mãos que conduzem a corda do Círio de Nazaré, a frota que navega a romaria fluvial e a performance no palco da Festa da Chiquita não vão compor o Círio deste ano, mas são retratadas nas fotos da exposição “Conhecer para Preservar”, edição do Círio, a partir da próxima quinta-feira (8), no Teatro Estação Gasômetro. A exposição é uma inciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e seu Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo e à Secretaria Especial da Cultura.
A ação compõe o Preamar da Fé, programação alusiva ao Círio realizada pela Secult. Dividido em estações, no mesmo formato da corda que puxa a berlinda com a imagem de N. S. de Nazaré, o calendário é composto por exposições, feiras de artesanato, instalação audiovisual e apresentações musicais. Com entrada gratuita, toda a programação acontece até dia 18 de outubro, com imagens dos eventos que compõem o Círio de Nazaré, celebração realizada anualmente em Belém (PA). Registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, o Círio de Nazaré é também reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco).
Assim como outras manifestações culturais, como a Festa de Sant’Ana de Caicó (RN) e o Festival Folclórico de Parintins (AM), o Círio deste ano teve de se adaptar às medidas de contenção ao novo coronavírus. Como uma das principais características da quadra nazarena é a aglomeração de romeiros em procissões, festas e reuniões de amigos e familiares, a Arquidiocese de Belém anunciou que a programação Círio 2020 teria apenas poucos eventos, sem a procissão do segundo domingo de outubro, por exemplo, que vem reunindo cerca de dois milhões de pessoas, segundo contagem da arquidiocese, nos últimos anos.
A exposição “Conhecer para Preservar” reúne imagens das várias manifestações que marcam as festividades todos os anos no Pará. Há fotos do cortejo do Arraial do Pavulagem, folguedo em que músicos e brincantes homenageiam Nossa Senhora de Nazaré, e do Auto do Círio, espetáculo do teatro de rua que percorre o Centro Histórico de Belém. Há, ainda, fotos da Trasladação – cortejo que ocorre à noite, na véspera do Círio, em sentido contrário ao da grande procissão. Dentre os fotógrafos participantes, estão Guy Veloso, Luiz Braga, Pierre Azevedo, Cris Salgado, Francisco Moreira da Costa, Fernando Mesquita e Raul Alves.
“O Círio é uma das manifestações mais significativas da cultura paraense. Envolve a capital e o interior do estado. E, diante de sua riqueza e importância nacional, é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil e Patrimônio Humanidade pela Unesco”, avalia a superintendente do Iphan no Pará, Rebeca Ferreira. “Apesar de ficar inviável a realização dos grandes eventos do Círio, a exposição reúne um pouco da cultura paraense, procurando manter o calor do Círio à espera do Círio 2021”. Fotos que compõem a exposição também ficarão disponíveis nas redes sociais do Iphan no decorrer da semana.
Para a Diretora do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac), Karina Moriya, o projeto ‘Conhecer para Preservar’, que surgiu nas redes sociais da Secult, em sua edição para o Círio vem vez reforçar a importância dessa manifestação cultural. “O conhecer para preservar é um projeto que visa propagar o patrimônio cultural paraense, para se contribuir na sua preservação. No caso do Círio, o DPHAC, juntamente com o Iphan, apresenta uma exposição descrevendo as características que fazem dessa celebração algo de grande importância, seja pelo seu valor religioso ou como manifestação cultural”, ressalta Karina.
Serviço:
Exposição Conhecer para Preservar – Edição Círio 2020
Local: Teatro Estação Gasômetro (AV. Governador Magalhães Barata, 830 – São Brás, Belém (PA)) – Parque da Residência.
Data: de 8 a 18 de outubro, de terça-feira a domingo (9h às 17h) – Entrada franca
Com informações da Assessoria do Iphan.
